sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O menino

Os pistolões desproporcionais pendiam-lhe de cada lado do cinturão prêto com detalhes prateados sobre o short e iam-lhe até abaixo dos joelhos magros. O boné de policial novaiorquino era-lhe grande e balançava, ridículo, em todas as direções, conforme sua cabeça se movia. Uma enorme gravata de adulto completava o surreal trajar do menino-criança a caminho da escola, acompanhado de sua mamãe que sorria e não via como insano, o look do seu rebento-da-triste-figura ...

O menino dos pistolões cresceu seu estranho crescer, até substituir os pistolões de brinquedo por máquinas de matar autênticas, com as quais continuou a fantasiar seus heróis ou bandidos, heróis- bandidos ícones da sua visceral agressividade.  Até que uma das suas máquinas de matar berrou maldosamente, secamente.

Menino tão cedo armado, cedo foi enterrado, caso encerrado...


Dos meus retalhos

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