segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sonhos

Os meus sonhos são tão belos quanto a Vênus de Milo...
O que há, é que só eu dou por isso.

Rooo...rooo..rooo...
(meu ronco aqui dentro)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Papo tedioso


 Nada há de tedioso no que faço e de tédio eu não padeço. Mesmo que momentâneamente  não goste do que faço, eu forço-me , acerto passo e acabo pelo que faço tendo apreço... O que há, é que sou eu próprio a razão do meu próprio tédio.

domingo, 23 de outubro de 2011

Luto

Com a família e eu próprio devastados, divago em torno do quão efêmeros somos, criaturas biológicas dependentes de frágeis cadeias de eventos eletro químicos. Escrevi  hora destas no blog da Meg, questionando-me sobre "quantas vezes terei eu, nas doidas 'flanagens' pelo meu impossivel, me visitado na morte" ...
Dessas visitas, ficou-me uma certeza: A morte é a definitiva, verdadeira e única forma de LIBERTAÇÃO!
Todas as outras libertações são fictícias...

"...E aos que vão da Lei da Morte se libertando..." (Camões)

Ao primo Paulo, que tão cedo se libertou

                                *  *  *
Update em 27/10: Um dia passado junto dos arrazados pais do
       Paulo, a  missa de sétimo dia, o chororô pungente e sem fim!...
       Agora, sinto necessidade de falar dos vivos!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Descanse em paz...

Sobre a "Finitude", falei da fatalidade da morte em função de estar vivo, bem como do difícil que é nos resignarmos com a sua chegada. Por mais vivido que se seja, o fim nem para o suicida chega serôdio, pois, dizem, a todo o suicida sobrevem um arrependimento que pode ou não ser tardio...

Hoje, extraí dos retalhos dos arquivos um triste réquiem a um jovem muito jovem que sucumbiu ao sortilégio das armas - maldição precoce de por tão frágil, com elas  achar-se tão poderoso.

Eis que as novas me surpreendem ao chegar a casa agora à noitinha: O Paulo Prazeres, uma das crianças da nossa família que mal tinha completado 41, médico e pai dedicadíssimo de quatro menininhos, não resistiu ao ataque cardíaco e partiu...

O menino

Os pistolões desproporcionais pendiam-lhe de cada lado do cinturão prêto com detalhes prateados sobre o short e iam-lhe até abaixo dos joelhos magros. O boné de policial novaiorquino era-lhe grande e balançava, ridículo, em todas as direções, conforme sua cabeça se movia. Uma enorme gravata de adulto completava o surreal trajar do menino-criança a caminho da escola, acompanhado de sua mamãe que sorria e não via como insano, o look do seu rebento-da-triste-figura ...

O menino dos pistolões cresceu seu estranho crescer, até substituir os pistolões de brinquedo por máquinas de matar autênticas, com as quais continuou a fantasiar seus heróis ou bandidos, heróis- bandidos ícones da sua visceral agressividade.  Até que uma das suas máquinas de matar berrou maldosamente, secamente.

Menino tão cedo armado, cedo foi enterrado, caso encerrado...


Dos meus retalhos

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

La Nave Va...


 Uma semana elapsou-se desde o ultimo post e, devo reconhecer, estou mais que nunca mergulhado no trabalho que pretendia decrescido de forma a permitir-me ler muito e escrever muito mais. Vi e gostei de uma entrevista de  Lobo Antunes na TV, resultando-me vexado por não ter podido até agora ler os livros que adquiri em Lisboa e aos quais já me tinha referido no blog da Cora. Um deles é do próprio Lobo Antunes sobre Egas Moniz, um dos  papas da neurologia da primeira metade do século passado, único Nobel português de ciência. O meu recente envolvimento em mais um projeto, pôs fim a um fértil mas brevíssimo período em que desatei a escrever freneticamente para a colcha de retalhos a que estou chamando de "Livro do meu caos"

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Finitude

Mergulhei a escrever curtos textos e mais textos, como se fossem os ultimos textos dos meus ultimos dias. Que poderão até muito bem ser, posto que estou vivo e pré destinado a morrer. Ah a finitude, de que falou a Meg em um dos seus recentes posts...Filosofica ou humanamente, o certo é que não existem barreiras para o "Pale Horseman", cuja chegada será por mim aceite, com evidente pena e impotente resignação...
Se o cavaleiro mais tempo me conceder, mais serão as páginas e páginas de palavras organizadas em frases, por sua vez  agrupadas em arrazoados reveladores das minhas tumultuadas  e estranhas entranhas...Ou não, sabe-se lá!

Workaholics

O chefe saiu agora da sala trauteando "When somebody loves me, is no good unless she loves me..." e eu fiquei pensando quem poderia se apaixonar por um workaholic empedernido e sem vida própria para chamar de sua. Insisti no pensamento sobre o tema e tremi: Acho que estou ficando igual!...

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Dos mistérios


Sou portador de uma infinidade de mazelas. Elas, essas mazelas, vão ganhando mais importância na medida do avanço da idade, enquanto outras desconhecidas vão aportando e instalam-se no meu corpo como se posseiros fossem, invadindo e anexando a seu bel prazer, sem que meu corpo reaja.

Ao inchaço da próstata, hipertensão arterial, pulmões bichados e outras maleitas manjadas, junta-se a expansão do abdómen. Sou um barrigudo que não toma cerveja, come moderadamente e não tem preguiça para fazer uma boa caminhada em acelerado... deve haver um mistério que eu não quero desvendar.

É que de outra mazela fui acometido: A covardia!

domingo, 2 de outubro de 2011

Cousas e causos

Foto por Luis C Nelson - Hotel Serra da Estrela, Covilhã, Portugal. De Novembro a Maio, este lugar fica coberto de neve

Como  "Serra da Estrela", até agora e ao vivo,  eu conhecia apenas a cadeia de restaurantes onde costumo deliciar-me com as entradas compostas de pães diferentes e gostosos, excelente presunto e queijo de ovelha curado. Fora do habitual charme  do inverno e da neve, neste Setembro de temperaturas elevadíssimas, subimos a sinuosa estradinha (EN339) partindo da Covilhã até às Penhas da Saúde a 1800m de altitude. Feito o check in no confortável Hotel que leva o nome da serra, chaminhámos 500m até um dos restaurantes típicos da aldeia, enquanto admirávamos um rebanho de ovelhas pastoradas apenas pelos cães! Um dêles, enorme e posando de líder, dominava a cena magestosamente postado sobre uma rocha, de onde latia avisos de que o território ali tinha dono. O restaurante, rústico mas acolhedor, é numa casa de madeira típica da região e estava já com bastantes clientes. Pedi a minha entrada favorita, ao que o atendente esclareceu: "Os pães e o Queijo da Serra, sim; O presunto, não."! E continuou: "Por acaso o senhor avistou algum suíno durante a subida?"...Rendi-me à evidência e registrei que afinal, presunto e outros produtos suínos não têm nada a ver com a Serra da Estrela propriamente dita! Abrimos, pois, a ementa, em cuja primeira página figurava em destaque: Prato do dia: Costeletas de porco.

sábado, 1 de outubro de 2011

Lucubrações

São inúteis e vadias as minhas palavras. Ah como são fúteis e ilógicas as minhas palavras que a  ninguém servem, nada dizem, em nada resultam.Por outro lado, pensando bem, também nenhum mal causam,  porque ninguém as lê! Então que sejam as minhas palavras bem vadias, de rua, dos cais, da zona, do prostíbulo mais promíscuo.

São também inúteis e vadias as palavras do figurão das fantásticas coisas políticas. Ah como são fúteis e ilógicas suas palavras que a ninguém servem, nada dizem, em nada resultam... Ah não! Portarei eu a desgraça de ter algum tipo de propensão para ser um animal político?! Apelo a todas as minhas restantes forças para abandonar o tema. Prefiro então, dizer-me anarquista...