sábado, 25 de junho de 2011

"Utopia"


Sem nenhum objetivo definido, entrei em arquivos de textos há muito esquecidos e acabei por deter-me em uma fase ao mesmo tempo dramática e divertida. Eu  "abri ao público" um restaurante virtual denominado "Utopia", onde servia uma diversidade de pratos de um cardápio com os "Sabores da Colônia - do Brasil a Goa", ao mesmo tempo em que colocava nas mesas conceitos muito pessoais de filosofia de vida, dos quais, não raramente, saía sangrando e à procura de curativo. Por resultado de um desses ferimentos, eu escrevi:

"Ofegante, entro no espaço carregando o meu coração de braçado, feito uma mala sem alça, desabando a cada pequena emoção ou desagrado que pinte aqui ou alí...não por acaso, aqui mesmo neste nosso universo... conflito e colisão dos meus visionários desejos. Mirabolantes, explicitos, lindos, mas utópicos desejos.

Coração gozado este meu coração estupidamente mole e otário ao ponto de insistir em apalpar a escuridão do silêncio buscando respostas, acreditando piamente em estórias de fadas, príncipes e lindas princesinhas espalhando perfumadas rosas sem espinhos ao longo do meu espiritual caminho...

Antes que eu saia por aí relinchando e tenha de consultar um veterinário, vou sentar nesta mesa e tomar um bom lusitano vinho. Em seguida, vou  refugiar-me na Pasárgada, com licencinha do poeta..."

2 comentários:

Anônimo disse...

Outro belo exemplo de escrever bem.
Um abraço, Nelsinho.

Luis C Nelson disse...

Obrigado, Favia, por gostar do meu escrever! Isso é super estimulante.
Abraço