segunda-feira, 15 de agosto de 2011

De Pessoa para pessoa

Quanto mais me embrenho na leitura, mais me identifico com Pessoa e tudo o que rodeava o seu cotidiano na velha Lisboa. De repente, dou-me conta de realidades do seu dia a dia que atravessaram as décadas e chegaram até ao comecinho da minha juventude portuense nos anos 50! Por exemplo, os cigarros que sorrateiramente eu fumava junto com os colegas  nos intervalos das matinées de Domingo nos cinemas "Batalha" ou no "Carlos Alberto", eram os mesmos "Provisórios"ou "Definitivos" fabricados pela "A Tabaqueira", que Fernando Pessoa queimava sem tragar, em número de até 80 por dia!

Um dia destes escrevi um texto sobre as minhas temporãs  experiências poéticas  para uma menininha da minha idade por quem caí de amores, mas da qual nunca consegui sequer um olhar. No texto eu destaco a minha completa falta de jeito para declamar meus escritos, o que prevalece até hoje, enaltecendo minha admiração  pela fantástica força dramática do incomparável João Villaret, que assisti ao vivo nos idos de 56 ou 57. Pois não é que Villaret é citado por haver dito a  Antônio Botto, que "Pessoa, com aquela voz, nunca seria um ator", enquanto assistiam o poeta a declamar seus versos?!

A verdade, é que a obra de Cavalcanti Filho está mexendo comigo...

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